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domingo, 16 de fevereiro de 2014

Mauro Santayana: OS PORTA-AVIÕES E O FUTURO DO BRASIL

Mauro Santayana: OS PORTA-AVIÕES E O FUTURO DO BRASIL

terça-feira, 10 de maio de 2011

O POVO, O QUERER, O PODER E O FAZER

 


Analisar as ações dos governantes pede que deixemos passar algum tempo após sua implementação. Essa distância evita que sejamos tendenciosos. Evita que se cometam injustiças. Então, o que vou expor agora não corre esse risco.Tampouco se baseia em estatísticas de aprovação divulgadas pelo governo municipal do Rio de Janeiro, pois pesquisas, bem, pesquisas são encomendadas.
A Prefeitura do Rio de Janeiro implementou diversas mudanças no sistema de transportes coletivos rodoviários. Padronizou a programação visual de todos os ônibus, renomeou e reordenou linhas. Parece um grande avanço, não? Pois bem.
De todas as cidades do Brasil e do mundo que conheci, a nossa cidade maravilhosa tinha a frota de ônibus mais alegre e bonita de todas. Além de uma análise meramente estética, as cores serviam ao nobre propósito de facilitar a identificação da linha que cada veículo percorria. Essa facilidade era especialmente útil aos menos favorecidos, aos que tiveram menores chances de acesso à educação curricular. Àqueles que muito chamam de analfabetos funcionais, isto é, grande parte de nossa população. "Mas agora temos aqueles luminosos com leds, essa maravilha tecnológica", dirão. O que não dirão é que essas placas animadas apresentam um excesso de informações sem identificar, por exemplo, de forma inequívoca, a origem e o destino da linha. Ficam alternando esse com diversos pontos de passagem. "Mas tem também o número da linha", dirão de novo. Aí entra o dedo do governo novamente. Dezenas de linhas tiveram numeração alterada pela reordenação implementada pelo prefeito que parece nunca ter batido um prego numa barra de sabão, skatista de carteirinha. E assim foi que 234 virou 304, 226i virou 608 e diversas outras alterações. Em comum, a palidez da nova comunicação visual, branco com cinza com alguns apliques coloridos a distinguir que carros correm radialmente, circularmente ou em outro sentido pela malha viária da cidade.
Fico imaginando, concluída a mudança de cores (unificação, para descrever melhor), o cenário: Av. Presidente Vargas, algum momento entre 17h30 e 18h30, mais de uma centena de ônibus engarrafando a via, paradões, todos com a mesma cara, milhares de desfavorecidos, o POVO, tentando identificar em qual diligência embarcar. Antes era tão bonito: o Cristo em uma companhia, surfista em outras, o laranjinha da madrugada salvando garçons e boêmios. Agora, um patético cinza e branco sem nada a diferençá-los  a não ser umas pastilhas de cores também pálidas.
E você, quer o quê?
E o Povo, quer o quê?